Transhumanismo #1: o conceito

Transhumanismo #1: o conceito

fringe-pic2

Imagem da abertura do seriado Fringe, da Fox.

 

Apesar de ser um tema tão contemporâneo, o termo Transhumanismo (H+) (do inglês, Transhumanism) foi criado pelo biólogo britânico Julian Huxley em 1957, que o definiu como a doutrina do “homem continuando homem, mas transcendendo, ao perceber novas possibilidades de e para sua natureza humana”.

Com este post eu inicio uma série de textos sobre este assunto super atual, que cresce na velocidade (exponencial) do avanço tecnológico. Por ter um conteúdo tão vasto, achei que falar de Transhumanismo em um único post seria ou muito resumido ou o texto ficaria enorme e cansativo de ler. Afinal, a busca pela melhora na qualidade da vida humana, culminando com a possibilidade da vida eterna, passa por diversas linhas que pretendo abordar aqui, como singularidade, biohacking, criogenia, engenharia genética, “nova espécie humana” etc.

Desde pequenos, vislumbramos como a tecnologia pode melhorar a vida futura da raça humana, seja através dos livros, cinema, televisão, quadrinhos. Imaginação é o que não falta e, afinal, “a imaginação é mais importante do que o conhecimento”, segundo Albert Einstein.

Falando especialmente para as pessoas da minha geração, quem nunca se deixou encantar com a ficção de Isaac Asimov e Arthur C. Clarke (escritas ainda nos anos 50 ou 60 do século 20!!)? Quem nunca se imaginou levando a vida fácil na moderna e tecnológica Orbit City de Os Jetsons, de Hanna-Barbera? Aposto que muitos aguardam ansiosamente o desenvolvimento do teletransporte de Star Trek (eu mesma, nos cinco anos que morei no Rio de Janeiro queria taaaaanto…rs). Mais recentemente, a melhoria dos sentidos do ser humano com o uso de tecnologia aparece, por exemplo, nos supersoldiers de X Files  ou na adorável Olivia Dunham do seriado Fringe, nos superheróis de Heroes, nos sensates de Sense8 e em alguns personagens de Black Mirror, seriado criado por Charlie Brooker…. só para citar alguns dos meus seriados preferidos (ou os que me lembro no momento, pois ainda não implantei o chip de expansão de memória que estou precisando ;p ).

No entanto, a sensação que tínhamos ao imaginar as possibilidades de futuro propostas em Os Jetsons, difere muito do sentimento causado atualmente pelos episódios de Black Mirror. Por quê?? Bom… porque, enquanto o desenho dos anos 60-70 nos fazia sonhar com um futuro melhor (e que provavelmente nunca chegaria), o seriado nos mostra um futuro muito próximo e muito palpável, muito real com o grande desenvolvimento tecnológico dos nossos dias. E isso é meio desconfortante…

 

el-collagero-12-13-2016-15_43_22

Imagens do seriado Black Mirror e do desenho Os Jetsons. H+ ou h+ é o símbolo do transhumanismo.

 

Acreditando que era possível, os fãs de carteirinha dos mundos fantásticos da ficção desenvolveram a tecnologia necessária e transformaram muitos dos seus sonhos em realidade. E hoje nós somos totalmente dependentes do computador, do celular, do wifi, do GPS… . Tão dependentes que, daqui a pouco, tudo isso pode estar incorporado ao nosso corpo/cérebro. Alguém duvida??

Segundo Raymond Kutzweil (formado em computação, transhumanista e inventor americano), em reportagem da revista Time, o transhumanismo avança tão rápido que a eternização do ser humano já tem data para acontecer: o ano de 2045 . Logo aí…

A principal proposta da filosofia transhumanista é possibilitar aos seres humanos viverem da melhor forma possível e explorando o máximo de suas capacidades, ainda que estas precisem ser melhoradas com o uso da tecnologia. Isso poderia permitir aos humanos viverem sem dor, sem doenças, ter maior força física e/ou maior capacidade mental, desenvolverem outros sentidos além dos nossos cinco velhos conhecidos (que também podem vir a ser melhorados!).

Quando eu falo no uso da tecnologia, me refiro desde ao uso de chips (ou nanotecnologia) aplicados em implantes no corpo até o uso da engenharia genética na modificação/melhoria do genes de humanos que ainda nem nasceram – o que seria a chamada “nova raça humana”, moldada em laboratório, mas formada por indivíduos melhorados e, sim, ainda humanos.

É neste ponto que surgem muitos preconceitos e retaliações religiosas: para alguns isso seria “brincar de Deus”, enquanto para outros seria diminuir, em muito, o tempo da evolução humana. Mas vou deixar as discussões filosóficas e éticas do assunto para o último post da série…

O fato é que isso não é mais ficção, já acontece há algum tempo (você foi vacinado desde que nasceu? pois então… o que é isso senão uma melhoria na sua qualidade de vida oferecida pela biotecnologia?) e precisamos aprender a lidar com isso.

Você está preparado?? Como será conviver com humanos melhorados?? Hora de começar a pensar nisso…

Encerro hoje com esta obra prima do Queen, trilha sonora do filme Highlander. Confesso que é também a trilha dessa minha pesquisa, aquela musiquinha que fica tocando sozinha na minha cabeça quando penso e trabalho nesse assunto.

Depois do vídeo eu deixo alguns links interessantes para quem quiser saber mais antes do próximo capítulo. (Quem tiver outras boas sugestões de links, sites, artigos ou livros, me contem nos comentários.)

Beijos e até a próxima!!

 

 

Para saber mais:

 

Vídeos do físico Michio Kaku:

  •    The Future of the Mind by Michio Kaku at Microsoft Research (este vídeo é bem longo, mas vale a pena assistir):  https://youtu.be/398B4wpldP4

 

Vídeo de Raymond Kurzweil:

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.